Doença de Parkinson

Conheça Luiz, um jovem de 28 anos que, há dois anos, tomou uma decisão que mudou completamente sua vida: deixar Santa Catarina, onde tinha emprego e independência, para retornar a Presidente Bernardes (SP) e dedicar-se integralmente ao cuidado de seu pai, o Seu José.

“Eu não me arrependo em nenhum momento de ter deixado minha vida para trás pra cuidar dele. Como meus pais são separados, deixei de viver muitos momentos com o meu pai na infância e adolescência. Hoje, cuidando dele, sinto que estou compensando esse tempo que a gente perdeu. Quando ele tinha energia, eu quase não convivia com ele. Agora que ele mais precisa, sinto que estou retribuindo nesse momento.”

O pai de Luiz, com 76 anos e prestes a completar 77 em dezembro, enfrenta sequelas graves de um AVC, além de Parkinson e Alzheimer. Sua saúde se deteriorou bastante ao longo do tempo, tornando sua rotina cada vez mais delicada.

Atualmente, Seu José está praticamente acamado, só conseguindo sentar por alguns minutos, e apenas para o banho. Por causa das dificuldades para engolir e do risco de engasgos, sua alimentação é feita exclusivamente por meio de uma dieta especial administrada via sonda nasal.

Luiz é o único cuidador do pai. Sua rotina é inteiramente dedicada às necessidades dele: dar banho, administrar a dieta cinco vezes ao dia, os medicamentos duas vezes ao dia, além de cuidar da casa e das compras, que precisam ser feitas às pressas sempre que possível.

Ele até instalou uma câmera no quarto para poder monitorar o pai quando precisa sair. Para manter a própria saúde mental, Luiz tenta reservar pequenos momentos para si, como ir à igreja ou jogar futebol, incentivado por sua psicóloga, pois no primeiro ano de cuidados ficou praticamente isolado, o que afetou bastante seu psicológico.

“Eu faço praticamente tudo. Minha rotina depende da dele. Se ele não dorme bem, eu também não durmo. Minha psicóloga tá até me cobrando, ela sempre fala ‘você também precisa se cuidar’. Porque realmente minha rotina fica focada nele. Eu acabo esquecendo das outras coisas às vezes. Mas, como eu disse, não me arrependo de nada. Faria tudo de novo se precisasse.”

Cuidar de alguém com saúde tão fragilizada tem um custo altíssimo. A dieta especial de Seu José custa R$ 33 por litro, sendo necessário um litro por dia, além de remédios, consultas médicas, e contas de luz que triplicaram com o uso do ar condicionado essencial para o conforto dele. Uma vaquinha anterior ajudou a garantir cama hospitalar, ar condicionado e suprimentos básicos, mas essa ajuda já se esgotou.

Hoje, Luiz vive novamente uma situação financeira delicada. Além de cuidar do pai, também precisa lidar com seus próprios problemas de saúde, como um hemangioma que demanda cirurgias reparadoras, ainda em andamento pelo sistema público. Sua doação é essencial para garantir dignidade ao Seu José, além de apoiar Luiz em sua difícil jornada de cuidados e na recuperação de sua saúde física e mental.